Os tapetes fazem parte integrante do quotidiano das populações do Médio Oriente. Estão presentes mesmo nas habitações mais modestas, sendo simultaneamente um objecto decorativo e de uso doméstico. As raízes arménias e as origens familiares de Calouste Gulbenkian poderão explicar o interesse e o conhecimento profundo que possuía sobre tapetes orientais, revelados muito cedo no livro que escreveu, em 1890, resultado da viagem realizada pela Transcaucásia, em que dedicou aos tapetes do Oriente um extenso e minucioso capítulo. Mais tarde, reuniu na sua colecção de Arte um conjunto de carpetes e tapetes que se destaca por conter alguns exemplares raros e preciosos produzidos na Pérsia, na região do Cáucaso e na Turquia.
Não admira, portanto, que a biblioteca particular de Calouste Gulbenkian contemple um conjunto de obras fundamentais sobre a história e a caracterização dos principais tipos de tapetes e carpetes orientais. Na realidade, estas obras fazem parte de um núcleo mais alargado de estudos sobre a História, as manifestações artísticas e a Cultura dos povos e civilizações que floresceram no Próximo e Médio Oriente, região geográfica com a qual Calouste Gulbenkian tinha, por razões afectivas e profissionais, uma ligação especial. Entre estes, contam-se as principais obras da autoria do professor americano Arthur Upham Pope, um dos maiores especialistas em arte e civilização persas. Arthur Pope foi presidente do American Institute of Persian Art and Archeology e um dos conselheiros de Calouste Gulbenkian para aquisição de obras de Arte Islâmica, mantendo com ele assídua correspondência e dando-lhe o seu parecer especializado em várias ocasiões, nomeadamente, na aquisição de um tapete de seda persa do século XVI, em 1939. Na obra, em 10 volumes, Survey of persian art from pre-historic times to present que Pope dirigiu, são reproduzidas imagens de algumas peças da coleção de arte islâmica de Calouste Gulbenkian.